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FIXADORES EXTERNOS - TÉCNICA DE ILIZAROV





 

Os primeiros fixadores externos, técnica de Ilizarov, também conhecidos por Fixadores Russos, que obtiveram sucesso em Goiás foram feitos pelos médicos Ricardo Esperidião e Wellington Jorge. Os pacientes dos primeiros casos já estavam em fase de amputação das pernas e tinham esgotado todas as possibilidades de tratamentos.

Ricardo Esperidião salienta que, se bem utilizado, o aparelho pode transformar a vida das pessoas, pois atua para realizar grandes alongamentos ósseos em processos congênitos (pessoas que nascem com membros curtos), nas infecções chamadas osteomielites e fraturas expostas, e com grandes perdas ósseas. As montagens são realizadas nesses casos para traumas ou perdas ósseas, dispensando a utilização de enxertos pelo princípio da compressão e distração, propiciando a formação óssea.

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O ortopedista Esperidião recorda que o método tornou-se moda no Brasil inteiro e em Goiás não foi diferente. Para ele, esse modismo não trouxe benefício porque muitos médicos, que não sabiam utilizar a técnica de maneira adequada, não conseguiram o resultado desejado. "Colocar o aparelho é relativamente fácil; entretanto, obter os resultados não é tão simples. Muitos que não utilizavam a técnica correta obtiveram resultado negativo", afirma Ricardo. Outro ponto observado por ele foi a utilização indiscriminada dos aparelhos. Por exemplo, não era recomendado que se colocasse em crianças muito pequenas, em pacientes com problemas neurológicos e em casos de depressão, psicoses e outros transtornos, pois essas pessoas não toleram o aparelho. Mesmo assim alguns profissionais utilizaram a técnica.

Os resultados negativos, oriundos dessa má utilização, fizeram com que muitos que realmente precisavam se recusassem a utilizá-lo. "Depois da fase inicial, houve um momento que o uso se tornou mais preciso, deixou de ser novidade. Como o método era bom, não caiu no esquecimento; pelo contrário, voltou a ser usado. Em 2006, muitos colegas fazem esse procedimento de maneira excelente e obtendo ótimos resultados", afirma.

Ricardo Esperidião retornou, em 1979, de São Paulo, para trabalhar em Goiás, onde nasceu e está até hoje. Foi um dos pioneiros no Brasil a conhecer os Fixadores Externos, técnica de Ilizarov. Ele e mais 12 médicos brasileiros viajaram para os Estados Unidos, por ocasião de um congresso em Washington, para apresentação teórica e prática dos métodos de Ilzarov. Logo em seguida, em 1986, durante a jornada dos ex-residentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o professor Bianchi-Maiocchi mostrou-lhes pela primeira vez a metodologia de Ilizarov. Em dezembro daquele mesmo ano fundou-se a Associação para Aplicação do Método de Ilzarov (Asami) brasileira, que em 1989 trouxe ao Brasil o professor Ilizarov para ministrar o I Curso Internacional do Método, na USP.

Nasceu então a idéia de se fazer uma visita à cidade de Kurgan, na ex-União Soviética, para aperfeiçoamento da técnica. Devido a proximidade geográfica de Goiânia com Brasília e a embaixada russa, Esperidião foi de extrema importância em todo processo, porque naquela época, devido ao contexto político no qual estava inserido a União Soviética, viajar para lá era complicado.

Após um ano de negociações, em julho de 1990 o grupo de médicos foi para o país de Ilzarov. Mas, antes de prosseguir para Kurgan, a primeira parada da equipe foi na Universidade de Coimbra, em Portugal, já que o professor Ilzarov ministrou um curso naquela cidade. Após o seminário, os brasileiros se juntaram aos portugueses, alemães e franceses, todos interessados na técnica russa. Eles passaram um mês na cidade de Kurgan aprendendo. Com o retorno, organizaram simpósios e cursos para ensinar outros médicos a colocar o aparelho e sobre sua função.

Espero que você tenha gostado do texto.

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